NYT: Com Dilma, voz do Brasil perante o mundo virou
sussurro / Em editorial, jornal americano sugere que a
presidente estreite laços com os EUA e tenha papel ativo na solução de questões
envolvendo Venezuela e Cuba
21/03/2015 às 22:46 - Atualizado em 22/03/2015 às 00:11
A
presidente Dilma Rousseff(Ueslei Marcelino/Reuters)
O jornal 'The New York Times' dedicou
um editorial ao Brasil neste sábado. As razões, como têm sido de praxe de uns
tempos para cá, não são as melhores. O NYT detalha a frustração dos brasileiros
e de líderes estrangeiros com o governo Dilma desde sua primeira eleição, em
2011. Segundo o jornal, a expectativa de que a presidente tivesse uma postura de
tecnocrata e pragmática, alçando o país a outro patamar de desenvolvimento
econômico, não se concretizou. "A Sra. Rousseff desempenhou uma liderança
aquém do esperado em assuntos internos e talvez mais frustrante ainda no
cenário internacional. Enquanto as três outras grandes economias emergentes,
China, Rússia e Índia, têm forte viés de política externa, sob o olhar da Sra.
Rousseff a voz do Brasil no cenário internacional raramente supera um
sussurro", afirma.
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O jornal sugere que Dilma deveria não
apenas tentar recuperar a confiança dos brasileiros e solucionar a crise
política no país, como também mirar o setor externo, em especial sua relação
com os Estados Unidos. "Um primeiro movimento seria colocar as relações
diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos de volta nos eixos",
aponta o editorial, ao citar que as relações sofreram um baque depois que
documentos vazados da NSA por Edward Snowden mostravam que Dilma era um dos
alvos de espionagem.
O NYT enaltece as recentes conversas
entre a presidente e membros do alto escalão da Casa Branca em direção a uma
aproximação, mas reconhece que ela não ocorrerá do dia pra noite. Segundo o
editorial, contudo, é de extrema importância que as conversas se concretizem,
já que o Brasil pode ter papel central na solução de questões envolvendo dois
países de suma importância para a Casa Branca: Cuba e Venezuela. "Na
Venezuela, o Brasil talvez seja o ator externo mais influente capaz de mediar a
cisão perigosa que ocorre entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição",
afirma o texto. Já em relação à ilha, o NYT acredita que o Brasil pode ter
"papel construtivo" na evolução política pós-Fidel.
"Como uma líder de esquerda, a Sra. Rousseff
demonstrou simpatia por líderes autoritários desses dois países. Mas, como
ex-prisioneira política que foi torturada durante uma era de repressão militar,
a Sra. Rousseff poderia fazer muito mais para ajudar a causa daqueles que
defendem valores democráticos e os tipos de movimentos sociais que tornaram sua
própria ascensão ao poder possível", conclui o editorial.
fonte veja
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