28/08/2014
O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine: banqueiro deixar
dinheiro debaixo do colchão? (Foto: Valter Campanato/ABr)
Está nos jornais e na web: o
presidente do Banco do Brasil — nada menos do que o Banco do Brasil –, Aledemir
Bendine, pagou uma salgada multa de 122 mil reais à Receita Federal em 2012
para se livrar de questionamento dos auditores sobre duas questões:
1. A evolução de seu patrimônio que
apareceu na declaração do Imposto de Renda de 2010, que os auditores entenderam
não poder ser justificada pelos rendimentos então recebidos;
2. A compra, em 2010, de um
apartamento no interior do Estado de São Paulo no valor de 150 mil reais, pagos
em dinheiro vivo. Para justificar a compra, o presidente do BB informou ter
guardado em casa, na ocasião, 200 mil reais em dinheiro.
Como bem lembrou reportagem que justifica a manchete de hoje do jornal Folha
de S. Paulo, que levantou o caso já em 2010, não é crime comprar imóveis
com dinheiro vivo, e nem guardar dinheiro em casa. “Mas essas práticas são
consideradas pelo Fisco como sinais de sonegação de tributo”, afirma o texto da
reportagem, “e por isso despertam a curiosidade dos auditores”.
Desperta também das CPIs e da
Justiça: quem não se lembra das declarações cara-de-pau de mensaleiros julgados
pelo Supremo Tribunal sobre dinheiro debaixo do colchão para justificar o que
não tinha justificativa?
Aldemir Bendine, que preside o BB
desde 2009, acabou preferindo pagar a salgada multa de 122 mil reais, quase o
valor do tal apartamento, do que discutir com a Receita a origem dos recursos,
após o órgão autuá-lo por não estar convencido das explicações. O presidente do
BB não quer falar sobre o tema, informando apenas que cometeu um “erro no
preenchimento da declaração”.
Em diferentes anos, em outras
declarações de IR, Bendine afirmou guardar dinheiro em casa — somas que variam
entre 50 mil e 200 mil reais.
Pode até ser, o benefício da dúvida é
direito que assiste a qualquer cidadão em uma democracia.
Mas, santo Deus, um BANQUEIRO deixar
dinheiro debaixo do colchão, sem investir? E logo o presidente do maior banco
da América Latina?
Parece piada pronta — é o mínimo que posso dizer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário