Ministro diz que tentará anular delação de
empreiteiro
Edinho
Silva, tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, nega acusações de dono da UTC e
diz ter confiança da presidente
Por: Gabriel Castro, de Brasília27/06/2015 às 14:09 - Atualizado em 27/06/2015 às 14:10
O novo ministro da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, e a Presidente
Dilma Rousseff durante cerimônia de posse(Ueslei Marcelino/Reuters)
A
primeira reação do governo depois de VEJA revelar os detalhes da delação
premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, partiu dos ministros da
Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho
Silva - que foi tesoureiro da campanha presidencial em 2014 e é acusado de
pressionar o empreiteiro a doar 7,5 milhões de reais. Neste sábado, ambos
concederam uma entrevista coletiva em que pouco acrescentaram ao discurso
oficial de negação. A estratégia, desenhada mais cedo em uma reunião com a
própria Dilma no Palácio da Alvorada, foi enfatizar que as doações foram
registradas na Justiça Eleitoral e, ao mesmo tempo, dizer que outros partidos,
inclusive os de oposição, foram favorecidos pelas doações da UTC.
Além
de criticar o que chamou de "vazamento seletivo" da delação, Edinho
Silva disse que a delação "não expressa a verdade dos fatos" e
assegurou ter cumprido as orientações de Dilma. "Ela sabe que eu cumpri
exatamente o que ela pediu que eu cumprisse: que eu arrecadasse com lisura e
dentro da legalidade", afirmou. Ele disse ter se reunido com Pessoa para
tratar apenas de doações legais, e negou ter usado a Petrobras para pressionar
o empreiteiro a financiar a campanha de Dilma.
O
petista prometeu acionar a Justiça para ser ouvido no processo e, confirmado o
teor da delação de Pessoa, processar o delator. "Se as mentiras (a delação
de Pessoa) divulgadas pela imprensa forem comprovadas eu tomarei as medidas
judiciais em defesa da minha honra", afirmou. O ministro disse que isso
poderá levar à anulação da delação do empreiteiro. "Comprovadas as
mentiras, isso fará cessar inclusive os benefícios decorrentes da delação
premiada."
Nem
Edinho Silva nem Aloízio Mercadante, outro implicado diretamente nas revelações
de Pessoa, deixarão o cargo. Segundo Cardozo, a presidente Dilma Rousseff diz
manter a confiança neles e os orientou a se defender. Mercadante, entretanto,
deixou de embarcar na comitiva presidencial que embarcou para os Estados Unidos
neste sábado.
De
acordo com Cardozo, a orientação da presidente foi para que Edinho e Mercadante
reagissem às afirmações feitas por Ricardo Pessoa: "Ela disse ao ministro
Edinho e a todos os outros que porventura tenham sido atingidos que agissem. Ou
seja: defendam-se porque vocês estão sendo objeto de inverdades e informações
caluniosas", disse o ministro da Justiça.
fonte veja
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