Partido tenta inviabilizar candidatura de Sóstenes Cavalcante a CDH
Partido tirou Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) da vaga de titular; bancada evangélica estuda alternativas para reagir
A briga pela presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara teve mais um desdobramento nesta quinta-feira (5). Numa contra ofensiva à ação da bancada evangélica de lançar o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) como candidato avulso contra o candidato do PT, Paulo Pimenta (RS), o PSD tirou Sóstenes da vaga de titular e indicou-o como suplente da comissão. Com essa medida, Sóstenes não poderá manter a candidatura como avulso porque apenas titulares podem concorrer. Sóstenes é pastor da Assembleia de Deus em Jacarepaguá e afilhado político do pastor Silas Malafaia.
O próprio líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), comunicou a decisão no plenário da Câmara, justificando quea medida foi tomada porque Sóstenes se negou a retirar a candidatura como avulso. Rosso disse que o PSD tomou essa iniciativa em respeito ao critério regimental e ao acordo político fechado com o PT e os demais partidos, com a participação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Pelo acordo, a presidência da Comissão de Direitos Humanos ficou com o PT.
A nota oficial lida pelo líder na tribuna termina com uma citação bíblica (Provérbios 22:4): ” A recompensa da humildade e do temor do senhor são a riqueza, a honra e a vida”. Antes de anunciar a retirada de Sóstenes da vaga de titular, o líder afirmou que o PSD “entende e apoia a bandeira em defesa da vida e da família como principal célula social” e pede que Cunha e a bancada evangélica indiquem Sóstenes como relator do Estatuto da Família. Rosso disse ainda que a candidatura dele só foi comunicada ao PSD horas antes da eleição.
A bancada evangélica já soube da ação contra seu candidato e tenta encontrar uma nova brecha para evitar que o PT assuma a presidência. Uma das alternativas seria encontrar um deputado do PROS disposto a concorrer contra o PT. O nome do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) foi citado, mas ele não foi indicado pelo partido para esta comissão.
Outro caminho foi sugerido pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO): Sóstenes entrar como titular na vaga cedida por um outro partido. Assim que ouviu a sugestão, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) ligou para Sóstenes e ofereceu sua vaga. A decisão, no entanto, não cabe a Bolsonaro e sim ao líder do PP, Eduardo da Fonte (PE). É preciso saber também se, regimentalmente, o fato de entrar na vaga de um partido que não pertence ao bloco do PT permitiria ao deputado lançar-se como avulso.
A eleição está marcada para a próxima quarta-feira (11).
Redes sociais
Por uma de suas redes sociais, o deputado Sóstene Cavalcante desabafou sobre o ocorrido. Leia na íntegra:
“Ontem lancei minha candidatura avulsa à presidência da CDHM, por entender que essa comissão não tinha na candidatura do PT a prerrogativa do diálogo.
Mas o ódio do PT, e de alguns de seus aliados, violentaram o meu direito democrático, e dos mais de 104 mil votos que eu represento, de me postular a presidência da comissão….
Aprendi, como cristão e teólogo que sou, que devemos resistir ao mal e ele fugirá da nossa presença. Mas, infelizmente, a liderança do meu partido decidiu ceder a pressão do PT.
Respeito a decisão do meu partido, mas quero também ressaltar que não abri mão do convívio da minha família para participar de acordos que eu não tenha sido informado, nem tão pouco vou deixar de lado os princípios pelos quais pauto minha vida!
Represento mais de 104 mil eleitores que esperam do meu mandado a valorização da vida, da família e dos menos favorecidos!
#EuAcredito no governo dos justos!
Os cães ladram, mas a nossa caravana não para!”
Os cães ladram, mas a nossa caravana não para!”
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Fonte: O Globo
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