domingo, 18 de janeiro de 2015

O BRASIL PODERIA PEGAR COMO EXEMPLO E PUNIR DE FORMA FIRME TODOS OS CORRUPTOS

Punição contra Petrobras será mais dura nos EUA  Leis e órgãos americanos que combatem atos de corrupção e fraudes contra investidores são mais severos do que os do Brasil

Fachada do edifício da Petrobras no Rio de Janeiro
Fachada do edifício da Petrobras no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP)
A ação simultânea da Securities and Exchange Comission (SEC), do Departamento de Justiça (DoJ), e dos tribunais norte-americanos indica que virá de fora a artilharia mais pesada contra a Petrobras, se comprovadas as denúncias de corrupção e apurados os prejuízos aos investidores estrangeiros. O poder de fogo para multas e acordos bilionários do sistema dos Estados Unidos se contrapõe à atuação limitada da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à falta de proteção aos investidores no Brasil. O Departamento de Justiça dos EUA já enviou técnicos ao Rio de Janeiro para investigar as denúncias. Especialistas afirmam que as indenizações e multas aplicadas à Petrobras podem superar os valores de casos emblemáticos, como o da elétrica Enron, cujas fraudes contábeis terminaram em acordo de 7,2 bilhões de dólares em 2006.
No Brasil, a CVM está ligada ao Ministério da Fazenda, o que acaba abrindo questionamentos sobre seu poder de atuação em casos ligados a empresas controladas pelo governo federal. Além disso, a autarquia tem papel administrativo e o valor de suas multas é restrito. O Poder Judiciário também é mais lento e tem menos tradição em ações de reparação ao investidor. "A lei e o Poder Judiciário nos EUA são mais rígidos e fazem com que se tenha punições mais graves e economicamente maiores para as empresas do que no Brasil", diz o advogado do Almeida Advogados, André de Almeida, que se associou ao escritório Wolf Popper para abrir uma ação coletiva contra a Petrobras nos EUA. Para ele, a Petrobras "tem grande influência na sociedade brasileira" e, por isso, a SEC pode ser mais independente para julgá-la.
Em entrevista, o presidente da CVM, Leonardo Pereira, descartou qualquer constrangimento do órgão em investigar e punir a União, controladora da Petrobras, caso necessário. "Não é verdade que a CVM só agiu por causa da SEC", afirmou.
A estrutura tecnológica, os recursos humanos e poderes de investigação da CVM ainda estão aquém de seu par americano. A brasileira tem um quadro de 500 pessoas e orçamento na casa dos 300 milhões de reais. Já a SEC solicitou 1,7 bilhão de dólares em recursos para 2015 e tem 4.000 funcionários. Só em 2014, o órgão arrecadou 4,2 bilhões de dólares em penalidades, em 755 ações.
(Com Estadão Conteúdo)
FONTE VEJA

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