A ECONOMIA DO BRASIL E UMA APOSTA, SERA QUE VAI DAR CERTO
Economia
Política monetária
Analistas
apostam em alta maior da Selic, a 11,75% ao ano
Perspectiva de maior aperto monetário é motivada por temores com a
inflação e por sinalizações de porta-vozes do Banco Central
O mercado espera
que o Copom, dirigido por Alexandre Tombini (ao centro), eleve os juros em 0,50
p.p.(Elza Fiúza/Agência
Brasil/VEJA)
Apesar de não haver
consenso, a maioria dos analistas acredita que o Comitê de
Política Monetária (Copom) elevará em 0,5 ponto porcentual a taxa básica
de juros (Selic), para 11,75% ao ano, na reunião de política monetária desta
quarta-feira. Até a semana passada, o consenso era de uma alta menor, de
0,25 p.p. A perspectiva de maior aperto monetário se dá em um ambiente
negativo para a inflação e conta com a sinalização passada pelos porta-vozes da
instituição de que poderão atuar de forma mais forte se necessário.
Levantamento realizado pela Agência Estadono final do mês passado mostrava que
a maioria - 45 de 76 instituições financeiras - previa uma nova alta de 0,25
ponto porcentual da Selic, para 11,5%. Menos de uma semana depois, com os
acontecimentos mais recentes, as estimativas viraram e agora a aposta, entre 41
de 62 casas, é de uma elevação de 0,5 p.p., para 11,75%.
Muitos economistas ficaram
ressabiados com asurpreendente elevação de 0,25 p.p. da Selic em
outubro, para atuais 11,25%, e passaram a considerar toda e qualquer
manifestação do Banco Central (BC) para não errar novamente. O primeiro sinal
de que outra dose de 0,25 p.p. não é certa, veio dodiretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, quando
participava de evento em Florianópolis (SC). "O Copom não será complacente
(com a inflação) e, se for adequado, irá recalibrar a política monetária",
afirmou.
Na semana passada,
quando confirmado à frente do BC no novo mandato de Dilma Rousseff (PT), foi o
presidente Alexandre Tombini quem reforçou o recado. Ele admitiu que a inflação
acumulada em doze meses ainda seguia elevada e que, nessas circunstâncias, a
política monetária deve se manter "especialmente vigilante" para
evitar que ajustes de preço se espalhem para o resto da economia. Tombini
apenas repetiu o que a ata do Copom anterior já havia trazido. Mas foi o
presidente, em carne e osso, dizendo com todas as letras que estava preocupado
com uma difusão da inflação.
No último relatório
Focus, no entanto, o mercado ainda apostou em um alta de 0,25 p.p. A favor
dos que acreditam na manutenção deste ritmo de elevação, está a
expectativa de que 2015 será um ano diferente para as contas públicas. O
ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, prometeu austeridade para os
próximos três anos, o que é um ganho e tanto para os efeitos da política
monetária. E, é bom lembrar, qualquer ação tomada pelo Copom só terá efeito
mesmo em meados de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário