Situação das contas do
Brasil está entre as piores do mundo
Em uma análise publicada nesta
quinta-feira (13), na coluna Mercado do site da Folha, Gustavo Pato
relata que o Brasil iniciou em 1999 a política de metas de superavit
primário porque os juros nacionais e os encargos da dívida pública não têm
paralelo entre as principais economias do mundo.
O dado põe em xeque a
argumentação da presidente Dilma, que afirmou que o desempenho fiscal do
país é melhor que o da grande maioria dos países do G20.
Segundo a coluna, na maior
parte do mundo, o saldo das contas dos governos é apurado a partir da diferença
entre as receitas totais e as despesas totais – o que no Brasil se chama de
resultado nominal.
O deficit nominal brasileiro
acumulou o equivalente a 4,9% do PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda
nacional) nos últimos 12 meses, maior taxa em 11 anos.
Entre as principais economias
globais, esse patamar só é igualado ou superado por EUA, Reino Unido, Japão,
Índia e África do Sul.
Os três primeiros,
desenvolvidos, buscam estimular suas economias e não enfrentam dificuldades
para obter dinheiro emprestado. As duas últimas, emergentes, são vistas, como o
Brasil, como vulneráveis a oscilações do mercado externo.
Para o colunista, a comparação
de Dilma, no entanto, se baseou nos resultados primários – ou seja, que não
consideram as despesas com juros da dívida pública. Trata-se de um conceito
pouco considerado no resto do mundo.
O Brasil adotou esse cálculo em
sua política fiscal porque o governo sempre teve dificuldades em cumprir metas
de resultado nominal. Os juros, além de elevados, estão sujeitos a alterações
para o controle da inflação.
União, Estados e municípios
gastam hoje 5,5% do PIB com encargos da dívida. Um levantamento feito pelo FMI
(Fundo Monetário Internacional) com dados de 2011 mostrou que só Grécia e
Líbano gastavam mais. Na maior parte do G20, essa despesa não chega a 2% do
PIB.
Fonte: Folha




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