As
florestas são o habitat mais rico e diversificado do planeta. Entretanto, são
elas as maiores vítimas do "progresso" - se assim podemos chamar - do
homem.
As
florestas tropicais do mundo estão sendo dizimadas a uma velocidade
impressionante. Todo ano, 4 a 5 milhões de hectares são completamente
destruídos.
Isso
significa que, a cada minuto, 12 a 20 hectares desaparecem do mundo
diariamente. Além disso, uma espécies animal extinta a cada meia hora.
Isso
acontece por causa das necessidades do homem em obter matéria-prima, pensando
apenas no benefício imediato que isso lhes trará. Algumas das madeiras de lei
fornecidas pelas árvores das florestas têm um valor comercial alto.
Com a
tecnologia moderna, nunca foi tão fácil cortar as árvores das florestas.
Máquinas pesadas, como tratores e guindastes, são capazes de devastar grandes
porções de floresta com muito mais eficiência do que com os antigos machados.
Mas há outras
razões por detrás do desmatamento, além da extração de madeira. Os
países em desenvolvimento precisam cada vez mais estradas, represas, diques,
canais, rede elétrica, tubulações para saneamento. Hoje, em poucos meses,
pode-se converter uma grande extensão de floresta em enormes plantações ou
fazendas de gado. O desmatamento é também uma forma de se obter espaço, “limpar
a terra”, para depois utilizar a mesma para outro fim.
As conseqüências do desmatamento
Pode ser
deplorável que as florestas tenham de ser destruídas para ceder lugar ao
crescimento e à expansão, tão necessários aos países em desenvolvimento.
Mas,
infelizmente, florestas destruídas não significam terras adequadas para
atividades agrícolas e pecuárias. Se a terra não for bem manejada, ela pode se
tornar infértil rapidamente. Muitas vezes, pela falta de informação do
agricultor isso acaba acontecendo, e a terra é abandonada.
Quando
convertidas em terras para lavoura, as florestas permanecem férteis por poucos
anos. Então, mais áreas de floresta têm de ser destruídas e o processo se
repete. Os habitantes das florestas adotam um método agrícola baseado no corte
e queima de pequenos trechos da floresta que usam para cultivo temporário.
Hoje,
contudo, essa prática está atingindo proporções gigantescas, deixando um rastro
de terra estéril, que já não poderá ser utilizada para nada.
A remoção
da camada que cobre o solo da floresta pode gerar outros sérios efeitos
colaterais. As florestas são diretamente responsáveis pelas chuvas, pois as
gigantescas árvores absorvem grande parte da água, devolvendo-a lentamente ao
meio ambiente sob forma de umidade. A devastação da floresta, reduzindo a
quantidade de chuva na região, pode levar a um processo de desertificação.
Desprovido de sua cobertura vegetal, o solo fica mais vulnerável à erosão. Há
40 anos, quase metade da Etiópia era coberta de florestas, fonte de água
preciosa para a irrigação das lavouras. Hoje restam apenas 5% das florestas
etíopes.
Como
conseqüência, a enorme população do país tem sido vitimada pela fome, seca e
enchentes.
A
destruição das florestas tem também graves conseqüências em escala mundial. As
florestas tropicais regulam os padrões climáticos globais. Em regiões
tropicais, mais de 1 bilhão de pessoas dependem da água produzida pelas
florestas para irrigar sua produção agrícola. No Hemisfério Norte, fenômenos
como ciclos de chuvas desregulados e o aumento de dióxido de carbono na
atmosfera são possíveis resultados do desmatamento registrado nos trópicos.
Essa devastação poderia levar a um aquecimento generalizado da atmosfera,
conhecido por "efeito estufa" que, por sua vez, poderia acelerar o
derretimento das calotas polares e contribuir para a elevação do nível do mar.
Uma vez
destruída, a floresta não pode ser recuperada. Mesmo removendo apenas as
árvores maiores, o frágil ecossistema florestal não resistirá. Com ele, estão
perdidas para sempre comunidades inteiras de plantas e animais, muitas das
quais de valor incomensurável para nós. Há séculos, tribos das florestas têm
usado as propriedades químicas de muitas espécies de plantas para obter drogas
e medicamentos. A própria ciência moderna reconhece hoje o valor dessas ervas
medicinais, algumas para o tratamento de doenças graves como câncer, leucemia,
problemas musculares e cardíacos. São também usadas como ingredientes básicos
para a fabricação de hormônios controladores da natalidade, estimulantes e
tranqüilizantes.
Hoje, 40%
das florestas do planeta já desapareceram. Aquelas que restam estão sendo
destruídas a um ritmo tão acelerado que muitos países já perderam quase
totalmente suas florestas.
Desmatamentos e queimadas
Desde a
ocupação portuguesa, o Brasil enfrenta queima de vegetação original e
desmatamentos com o intuito de aumentar as áreas de cultivo e pastagens, bem
como facilitar a ocupação humana e, conseqüentemente, a especulação
imobiliária. Estes procedimentos, ao longo dos anos, levaram à extinção de
várias espécies vegetais e animais e à erosão mais acentuada do solo. As
florestas tropicais das Américas Central e do Sul, da África e da Ásia são as
mais atingidas pelo desmatamento, devido principalmente ao corte de madeira
para exploração, comércio que movimenta bilhões de dólares a cada ano.
A teoria
do desenvolvimento sustentado, que defende o desenvolvimento econômico em
acordo com políticas governamentais que visam a preservação do meio ambiente,
vem sendo cada vez mais usada e aproveitada, sendo defendida não apenas por
ambientalistas como também por empresários, que entendem que a deterioração
ambiental tem relação direta com a pobreza e a queda no nível e qualidade no
nível e qualidade de vida da população. Neste sentido, o trabalho de
conscientização feito por escolas e organizações não-governamentais é bastante
importante, pois só a consciência humana será capaz de preservar o meio
ambiente e, conseqüentemente, a própria humanidade.
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